23 setembro, 2021

Daqui ao Caos

companhia
poderio e caos
um oceano nos unia
nos mantinha sãos

invade o coração
desde o princípio
jovem emoção
reage agora unidos
eurovisão
provocanção

da estratosfera até o japão
flauta krenak
pulsa nosso vão

presentes como mãe
um suricate
brinde violão
ainda há os criadores
nuvem de som
meigo alçapão

anitta, adorno ou não
kpop, arte
hipocrisia fã

pobre membro do patrão
não há musas lá em marte

muito obrigado

cantoria fala 
escrita em naus
aeroplano
bruxaria alva 
céu e clã

e todos os quais
o encontro
fez-nos mirar
nos olhos
amo pensar
lixo  ma ra vi lho so
falqueiritar

as musas estão aqui

palco fica em casa
harmonia salva
o tom do clã

23 maio, 2021

Refrão Anatema

Pus Theodor Adorno
Pra falar com Schopenhauer
Ouvir kpop e Cereja
Comer, do mais moderno
Descompromisso, a paga,
A virtude e a fama.

Se jazz chorões vendem
Que culpa Azul tem?
Se blues um quatro cinco 
não repetir dominante,
teçamenor quartaumentada,
Se não fosse este bar,
Esta barra de compasso,
Como tricot pode inovar?

Sob o Reino Carmesim
Nenhuma fruta nutre
Pança masoquista
Pois quem manda na pista
Sempre nua, dedilhada
Contagiante, virulenta,
Sufoca até dinheiro
Ignora ânus tatuado
Sempre kantiarmonicamente
Stockhausenrianamente bela
A desinteressada música
Ela não se vende

Jingle é margarina
Nem banha, nem manteiga, nem saúde.
Nem sabor, nem vitamina,
Propaganda só alucina
Cândido que ignora alaúde
Na guitarra princepiana
Da sônica Cobain juventude

Adorno, please, aprenda
Há, e violenta, diferença
Entre o que O Artista pensa
E a vã consciência
De quem não vê diferença

O lado Bê do tema
Modulado dois cinco pra lugar nenhum
Fez-me ouvir o Belo do grau um
Num refrão anatema

14 janeiro, 2021

À Plutão

aqui é nossa bolha,
nossa nave espacial
nada nem ninguém entra,
eterna quarentena
dura, dura enquanto dura.
quero poder, 
trazer 
pedras, ervas, 
terra, o ar res
pirar sob o elmo,
nariz é vulgar,
mais violento que pudor
atentado, pois contaminado.