23 maio, 2021

Refrão Anatema

Pus Theodor Adorno
Pra falar com Schopenhauer
Ouvir kpop e Cereja
Comer, do mais moderno
Descompromisso, a paga,
A virtude e a fama.

Se jazz chorões vendem
Que culpa Azul tem?
Se blues um quatro cinco 
não repetir dominante,
teçamenor quartaumentada,
Se não fosse este bar,
Esta barra de compasso,
Como tricot pode inovar?

Sob o Reino Carmesim
Nenhuma fruta nutre
Pança masoquista
Pois quem manda na pista
Sempre nua, dedilhada
Contagiante, virulenta,
Sufoca até dinheiro
Ignora ânus tatuado
Sempre kantiarmonicamente
Stockhausenrianamente bela
A desinteressada música
Ela não se vende

Jingle é margarina
Nem banha, nem manteiga, nem saúde.
Nem sabor, nem vitamina,
Propaganda só alucina
Cândido que ignora alaúde
Na guitarra princepiana
Da sônica Cobain juventude

Adorno, please, aprenda
Há, e violenta, diferença
Entre o que O Artista pensa
E a vã consciência
De quem não vê diferença

O lado Bê do tema
Modulado dois cinco pra lugar nenhum
Fez-me ouvir o Belo do grau um
Num refrão anatema