Compositor, arranjador e intérprete; editor, produtor e técnico de som; responsável pela Cereja Azul; estudante de Arquivologia na UFSC e estagiário na Fundação Franklin Cascaes. Interessado em estética, ética, psicanálise e poesia.
30 novembro, 2017
Atos mentos
Contra atos não há fragmentos
Contra matos não há jumentos
Contra jatos não há monumentos
Contra gatos não há armamentos
Contra fartos não há alimentos
Contra patos não há pavimentos
Contra natos não há momentos
Contra ratos não há lamentos
Contra hiatos não há tormentos
Contra altos não há ornamentos
Contra chatos não há cabimentos
Contra pratos não há condimentos
Contra ingratos não acampamentos
Contra astros não há sofrimentos
Contra atos não há mentos
Contratos não aumentos
29 novembro, 2017
medo terrível.
15 setembro, 2017
Movimento Brasil Livre de Arte
27 agosto, 2017
Os piores filmes
14 agosto, 2017
Rádio univer si tária
santa e bela
por ela mais vinte
dedos na tecla,
na tela, no ouvinte
vou fugir dessa mesmice à educação
perder um pedacinho de certeza lá no fundo do mar
lançar por esse estado mais mil formados
pra fazer desse cristal espelho sabão
vinte anos
somamos
ao termos mais vinte
danos, sopranos
compramos requinte
nas manhas do cu do mundo
belezas ímpar
vagabundas confessas
fronteiriça litorânea
uni versos idades
no universo de lages
hoje tou triste, pecador
perdi meu emprego, chicão
tá mandando no baixo, mas não
se escutam os sensei
vim te quebrar
a cara, rir
te humilhar
e pedir-te
beijos e carne
de porco é brinde
Ouça toda a obra do Foo Fighters em uma única música
O último disco do Foo Fighters pra que dei atenção foi o One by one, mais porque já gostava do Nothing left to loose e quis conhecer mais da banda do cara que já havia tocado com um de meus compositores favoritos, Kurt Cobain, do que por ter curtido o primeiro single, All my life. Este disco até tem bons temas, mas não me desperta o interesse como os anteriores, parece que é aqui que Dave Grohl começou a se repetir e parou de se esforçar tanto pra compor, pode até ser coisa de gravadora. Quando lançaram Best of you rompi com a banda. Foi político. Tema monótono, repetitivo, texto raso de auto ajuda, cafona, clichê, parecia aula de como escrever música estilo Foo Fighters, com um quê de Coldplay. Só de pensar sobre, ela se cola feito chiclete ou cocô de cachorro pela calçada. Terrível. Não mais fui atrás, evitei, não ouvi mesmo.
Hoje meu amigo Arthur Brotto perguntou se eu havia ouvido a última música lançada por eles, que estava ouvindo, e esta era igual a todas as outras, que nem quis ouvi-la inteira. Enquanto eu abria o vídeo imaginava, vai ser forte e melódica como Times like these ou aquela forma dinâmica estrofe piano refrão forte que se faz desde os idos de 1980. Foo Fighters tem poucas formas musicais, por exemplo a que se mantém baixa sussurrada, como nas belas Walking after you, Aurora, Tired of you, e tantas outras. A que se mantém forte, Dave Grohl, que é ótimo cantor, faz dinâmicas expressivas, como na clássicas My hero e Everlong. O que varia é o arranjo, até a tonalidade das músicas se repetem, o cantor é bom e técnico, não costuma sair de sua tessitura, que é grande. Todas essas formas, todas as ideias, aparecem no primeiro da ainda banda catártica de um homem só, já em 1995.
Uma crítica mui adequada a esta crítica é de que eu não conheço, nada, do que produziram entre 2004 e 2015, são 10 anos.
Eis que retorno a hoje. Abri o vídeo de Run sem muita expectativa, e todas elas foram atendidas. A música começa suspirada e piano, o cantor varia sua dinâmica junto da banda, como o esperado. Quando o tema entra parece recuperar Weenie beenie do primeiro disco, surpreende, depois entra um refrão melódico que emenda no primeiro tema, a banda forte, o canto dinâmico, como nas clássicas, é um bom arranjo. Dave Grohl aqui parece se usar de todos os recursos que aprendeu durante sua carreira de compositor, o cantor mostra seus melismas, gritos, suspiros. É uma música completinha. Arthur disse que eles estavam para lançar um disco completo ma por enquanto só esta música. Mas acho que o pessoal, não entendeu, é isso mesmo.
Agora que ouvi a música pela segunda vez ela já me pareceu mais tediosa. O vídeo é bonito. Achei linda a insurreição dos idosos contra as imposições de uma psiquiatria asilar. Foo Fighter sempre foi bom em vídeos, Dave Grohl sempre trabalhou muito, e fez bem tudo o que fez, nos diverte como ator, é bom guitarrista, ótimo cantor, como compositor não decepciona seus fãs, mas pra isso se repete, talvez por gosto ou por ofício, não quero moralizar, mas fazendo meu juízo de gosto, prefiro não.
04 agosto, 2017
Ladainhas e clichês que se escuta falar sobre fazer música
01 agosto, 2017
Melhor do que parece, O Terno
22 julho, 2017
5% pras 5 bandas dividirem entre 5 integrantes cada, mas a cerveja é do bar e não tem como chegar lá
20 julho, 2017
Valiosa figura de ação imóvel
12 julho, 2017
cacofônica reforma trabalhista
Este coro ensaia pelo menos duas vezes por semana, independente de ter concerto marcado, e mesmo com concertos marcados nem sempre se sabe quanto se vai receber, ainda assim os coralistas são descontados do cachê seguinte caso atrasem ou faltem. Nele também é exigido que o cantor se mantenha estudando com professor adequado. Eu que não terminei minha graduação, não trabalho em escola, não tenho sala alugada para dar aula, chego a cobrar 60 Reais a hora de aula, imagine quanto não cobra um profissional para treinar outro. O Instituto, como chamavam a instituição que assinava o CNPJ dos projetos, pede 10% do cachê de cada cantor para manutenção da sala de ensaio, sob ameaça de que só receberíamos a próxima paga se estivéssemos quites. Existe alguma outra taxa no mundo de 10%, além dos juros brasileiro criminosos? 10% era quase o que eu precisava gastar por mês mesmo sem precisar pegar ônibus todos os dias, porque claro que não há vale transporte, precisamos até pagar nosso café do intervalo, mas quem nunca?
Dia 7 de Junho é aniversário de minha namorada, eu viajei pra cantar e voltei só no dia 8 de madrugada, vulgo dia 9. O cachê caiu no dia 27. Aliás, caiu pra quem tinha conta no Banco do Brasil, porque quem, como eu, tem conta em outro banco, deveria ir à casa do patrão buscar um cheque. Eu não ouvia falar em cheque desde aqueles 16 anos. Desculpe, chefe, mas não tenho dinheiro nem pro ônibus pra ir ao ensaio, quiçá pra ir buscar cheque na casa do senhor. Minha namorada diz que eu posso tê-lo ofendido por ter respondido, que ele já é idoso e eu deveria prezar pelo trabalho que tenho. Discordo, se é velho e não aguenta negociar, contrate quem faça. Ele me depositou e me cobrou a taxa de 8,80 pela transferência.
Achei que eu teria mais uns 4 concertos até o final do ano, sem aviso prévio, sem FGTS, sem seguro, comigo vão economizar aproximadamente 2500 golpetas, que seria aproximadamente a soma dos cachês até o final do ano, é o valor de um mês de aluguel sala de ensaio. Isto é mão de obra sem direitos trabalhistas, uma curva a menos na viagem, um mês de aluguel economizado. Se precisarem de um coro maior, eles tem meu contato, dizem.
11 julho, 2017
15 mil metros minutos
21 junho, 2017
idos insones
bater de um jeito que os olhos
mesmo fechados ficam abertos
envolve e pesa e afunda o corpo
cansado pede pra se virar
mas ela continua lá
ainda que a preta paz
do sonho insinue me velar
um trem parece que vem
me desperto alerto
mas não vem
eis que de repente um ruído de motor que ninguém ouvia
cessa
não era insônia
à luz do poste
pássaros piam
12 junho, 2017
Tema de Jhuventude
Todo dia navegar teu mar de tédio e paixão
Sem esperar dos negros olhos euforia
Dia a dia encantar estranho e tenro dispor
Mas vou dizer pra me deixares sozinha
Sem dizer que sim ou não, por que, por quem
Porém esta saudade vinha sem tuas jovens mãos de mel
10 junho, 2017
Taca Quiboa
Meme de membro do grupo da UFSC no Facebook. |
O grupo da UFSC do Facebook é um poço fundo de intolerância e incultura, só serve pra nos ensinar o vocabulário da ignorância, em suma conhecer o inimigo e saber o que evitar. Hoje encontrei esta desinformação por lá, mas o fato de um sujeito ter caído em um boato destes é mero sintoma.
De que serve ao Estado economizar em cultura e pagar os juros de bancos? Como nosso povo será culto, emancipado, como o Brasil garantirá sua soberania apenas importando carro e música da Coreia do Sul, a culinária do neoliberalesco Mc Donald's, e pior, na paranoia da caça ao índio e ao comunista?
"Ecce Homo" antes e depois da reforma |
14 maio, 2017
Perdoa
Por te adorar
Com mais palavras
Por te mostrar o quanto te quis
Por te manter cerca de mim
Pra te amar até o fim
Por depender
Tanto querer
Estas mãos fadas
Por te acordar a paz de mim
Por não saber viver sem ti
Por isso, amor, imploro
Me desculpe
02 maio, 2017
Falar sem dizer
28 abril, 2017
27 abril, 2017
25 abril, 2017
Brasa Brasil
21 abril, 2017
Lula Imperator Brasilis
19 abril, 2017
Temos que construir um elevado por cima da ponte
Os ônibus estão cada vez mais vazios
As concessionárias cada dia mais ricas
E tem ponte que ainda não caiu
Tem gente que ainda acredita que carro acelera alguma coisa
Quarenta pessoas querendo entrar na pista da esquerda
Uma pessoa ouvindo rádio em ambiente controlado da chuva e do calor não acha justo
Todos pagamos impostos
A chuva pinga gelado mas o coletivo é caloroso
Tem gente
Que escuta música
Que lê
Que faz os dois
Ou nenhum
Ou chora, mas
Alguém pode reclamar
Alguém faz essa criança calar
Chegamos no Ticen
11 abril, 2017
Dia de burô
dos aterros e burocracia
Horas ônibus dia
à imagem e ruído
um ameno mar cagado
outro gris de carros.
19 março, 2017
Funk é filho de samba, do rap, sob o império do pop, na nação bossanova
"E tal dupla – o músico-teórico Pitágoras e o músico prático Jubal – sinaliza a assimilação medieval de uma distinção de raízes platônicas que, amplificada por Boécio, ainda ressoa em nossos ouvidos: em uma esfera, a música é entendida como meio privilegiado para a ascese mística, mas em um círculo mais baixo, a música, demasiadamente humana, é causa de emoções desordenadas e, por conseguinte, um instrumento incitador de degenerescência." (Sérgio Freitas. p 13)
05 março, 2017
Se o MBL falou, tá valendo o contrário
A questão do turbante especificamente é polêmica, eu não saberia opinar, mas sinto que apropriação cultural, que no Brasil se dilui e se confunde com nossa anti tradição antropofágica, existe sim. Há pressão no social para embranquecer sim, alisa-se o cabelo por muito mais que essa suposta praticidade do cabelo liso. Eu mesmo que nem negro sou me envergonhava por meu cabelo volumoso, pelo simples motivo de ser volumoso, sentia-me feio porque não me reconhecia nos heróis, cantores e outras personas brancas de cabelos lisos que bombardeam crianças dia e noite. Se um branco quiser fazer seja lá o que for que grupos de negros e outras minorias possam criticar como racistas, pouco o impede de fazê-lo, no entanto responsabilize-se e reconheça que se pode pertencer, sim, a esta categoria de quem ignora a questão racial.
04 março, 2017
O Estado hostil contra a Música forte
O vídeo chega a assustar pela truculência diante de um conflito tão banal quanto volume de música em um Sábado à tarde, faltam mandado e medidor de decibéis, sobram armas e confiscos.
Não adianta argumentar com o funcionário, militar responde à corporação e outras autoridades. No começo do vídeo o policial faz uma pergunta mui pertinente, és advogada? Se fosse, pela Lei, o funcionário público teria de mudar o tom, chamar de doutor e outras bobagens. Militar não responde às mesmas leis civis.
Não estivessem uniformizados, ninguém teria dúvida de que se trata de assalto, e esta deve ser uma questão central da discussão, o Estado ampara e legitima este tipo de arbitrariedade, vide reintegrações de posse, apreensões de fantasias políticas e toques de recolher durante o Carnaval. É inútil discutir essas questões com um policial no exercício de seu ofício, militares são treinados para suportar ofensas e pressões psicológicas muito piores que nossa civilizada consciência poderia articular.
Precisamos resolver os traumas decorrentes da ditadura, resgatar a Comissão Nacional da Verdade, problematizar a militarização da polícia nos municípios, nos desalienar de motivos e interesses da ação do Estado, ou ao menos reconhecer seus efeitos, por exemplo, em periferias, comunidades de maioria negra. O problema é estrutural.
04 fevereiro, 2017
29 janeiro, 2017
noss as líng uas
macia e úmida verbal
logo tão mais violenta
do que se cortasse de prima
as marcas não aparecem
a saliva faz parecer curar
mesmo com carinho
açoite é sempre açoite
meu amor é violento
se te tratei bem
não te amei
mas se o que disse
te espedaçou em mil
o coração nesse vazio
ali está meu amor
felicidade será catares
caco por caco colares
perdoe por amar demais
me explodo e é insuportável
te querer tanto
pra sempre junto à minha solidão
se te abandonei te amei
se me esforço pra te manter aqui
é pra cedo ou mais tarde
me abandonares
tua língua são braços
macios e perfumados
cravo vivo negro carmesim
riso insuportável
ingênuo lindo e verdadeiro
mas verdades não existem
como podes existir tão jovem
velho desde que nasci
não te vou divertir
porque já o és
o que queres de mim
não dou
sou sempre falta
frente tuas palavras
carinhosas quentes apetitosas
graça sem sentido
quero ser piada tua
conseguir rir
és riso
eu dilataria tua vida
já que me despossei da minha
no feliz amor em ti
como podes tanto
não suporto e enjeito
golpes minha única suavidade
te deixar só
como é difícil
ter presente
o amor