Harmonia na Música Popular



~~Sumário~~

_Vocabulário                   ~~[Voc]~~
_Campo Harmônico Maior         ~~[CH3]~~
_Escalas                       ~~[Esc]~~
_Campo Harmônico Modos Menores ~~[Cb3]~~
_Diminuto                      ~~[Dim]~~
_Cadências e Progressões       ~~[CeP]~~
_Empréstimo Modal              ~~[EMd]~~

_Tons Vizinhos                 ~~[TVz]~~ 
_Notas de roda pé              ~~[NdR]~~ 
_Referências e Fichamento      ~~[ReF]~~

~~[Voc]~~ VOCABULÁRIO E JARGÕES


_Acidentes
#  - sustenido
## - dobrado sustenido
b  - bemol
bb - dobrado bemol

_Graus da escala
1   - tônica, fundamental
2   - 9, nona
b3  - terça menor
3   - terça maior
4   - quarta justa
#4  - #11, décima primeira aumentada
b5  - quinta diminuta
5   - quinta justa
b6  - b13, sexta menor
6   - 13, sexta maior
b7  - 7, sétima menor
7M  - sétima maior, sensível
bb7 - sétima diminuta

_Acordes

A  B  C  D  E  F  G
Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol

X, maior
X7M, maior com sétima maior
X7, maior com sétima, dominante
X7(9 13), maior com sétima, nona e décima terceira/sexta
X7(b9 b13), maior com sétima, bemol nove e bemol treze/sexta menor
X7(#9), maior com sétima e nona aumentada
X7(#11), maior com sétima e décima primeira aumentada/quarta aumentada
Xm, menor
Xm7, menor com sétima
Xm7(b5), meio diminuto
X°, diminuto
subV7, sub quinto
Xsus, acorde sus (IV/V ou IIm/V)

_Baixo é a nota mais grave do acorde.
_Fundamental é a nota que dá nome ao acorde, a nota da qual se sobrepõe as terças que o compõem.

Dm7/A, Ré (Fundamental) menor com sétima e Baixo em Lá; Ré menor com sétima e Baixo na quinta

Obs:  tom   |   ¹²t    |       t¹²
     1 tom  | meio tom | tom mais meio, terça menor

~~[CH3]~~ CAMPO HARMÔNICO MAIOR

Os acordes são montados com terças sobrepostas.

No tom de Dó, C

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si

1  2  3  4  5   6  7M

I7M       - C7M     = Dó  Mi  Sol Si
IIm       - Dm7     = Ré  Fá  Lá  Dó
IIIm      - Em7     = Mi  Sol Si  Ré
IV7M      - F7M     = Fá  Lá  Dó  Mi
V7        - G7      = Sol Si  Ré  Fá
VIm       - Am7     = Lá  Dó  Mi  Sol
VIIm7(b5) - Bm7(b5) = Si  Ré  Fá  Lá

Os acordes podem ser construídos na forma fundamental, com a terça, quinta ou a sétima no baixo, considerando a condução das vozes, o mínimo esforço. O Dominante também pode aparecer com a segunda menor, b9, no baixo.

Se analisarmos os acordes que estão uma terça acima e uma terça abaixo encontraremos muitas notas em comum, o que contribui para a associação funcional.

VI  = Lá Dó  Mi  Sol = 6 1 3 5 \
I   = Dó Mi  Sol Si  = 1 3 5 7  > Tônica
III = Mi Sol Si  Ré  = 3 5 7 2 /

VII = Si Ré Fá Lá = 7 2 4 6 \
II  = Ré Fá Lá Dó = 2 4 6 1  > Subdominante
IV  = Fá Lá Dó Mi = 4 6 1 3 /

III = Mi  Sol Si Ré = 3 5 7 2 ~ não possui o trítono*
V   = Sol Si  Ré Fá = 5 7 2 4 } Dominante
VII = Si  Ré  Fá Lá = 7 2 4 6 ~ funciona como G7(9)/B

* Se quisermos transformar o III em dominante poderíamos, por ex, subir sua terça em meio tom para formar o trítono Sol# Ré, este acorde serve justamente de V7 do VI, a relativa menor, o tom mais próximo do I, este novo Dominante dá ao VII feições de subdominante, IIm(b5) para o V7 do VI.

Aos graus do Campo Harmônico são atribuidas funções, temperamentos, características, qualidades.

_Tônica, repouso, conclusão, relaxamento
_Subdominante, movimento de afastamento deste repouso, início de caminhada, largada
_Dominante, aproximação a um repouso, tensão, desejo

Todo Dominante é um acorde de terça maior com sétima menor - Acorde Maior com Sétima, X7 - mas sua característica principal é a presença do trítono, 3 e 7 acorde, o intervalo de três tons entre o 4 e o 7 da escala diatônica, cuja inverão se consegue o mesmo intervalo de três tons.

Se o Si é a 7M, a sensível, e o Fá o 4 de C, resolve-se este trítono em Dó e Mi, possível acorde de C. Se invertermos as notas e fizermos do Fá a sensível e do Dób (=Si) o 4 de Gb, resolve-se nas notas Gb e Bb, possível acorde de Gb, tonalidade distante em uma quinta diminuta, a armadura muda em seis sustenidos, oposto no círculo.

Este duplo sentido de um trítono possibilita substituição do V7 por um novo acorde, bII7, chamado também subV7 (sub quinto).

Por ex, ao invés de

| Dm7 | G7 | C7M |
      faz-se
| Dm7 | Db7 | C7M |

O trítono em Db7 é Fá e Dób(=Si).

Cada grau do Campo Harmônico, exceto o VII, pode ser preparado com seu respectivo Dominante, que é sempre seu V7 e suas inversões. Isto pode ser extendido para esta própria dominante, assim por diante. Esta preparação pode ainda ser antecedida por um subdominante, inclusive o subV7.

---------------------------------------
| Acordes disponíveis do Modo Maior   |
|                                     |
| I7M IIm  IIIm IV7M V7 VIm VIIm7(b5) |
|     bII7                            |
---------------------------------------

~~[Esc]~~ ESCALAS


1     |2          |3       |4           |5        |6             |7M
tônica|supertônica|mediante|subdominante|dominante|superdominante|sensível

Chamamos Escala natural, Diatônica, ou ainda Modo Jônio, a escala de sete sons, de Dó a Si.

I_Jônio

1    2    3    4    5     6    7M
Dó   Ré   Mi   Fá   Sol   Lá   Si  (Dó)
  tom  tom  ¹²t  tom   tom  tom  ¹²t

Se começarmos uma escala nova por outro grau que não o I e mantivermos esta mesma proporção de intervalos entre os graus, conseguimos os Modos Gregos.

II_Dórico

1    2    b3   4     5    6    b7
Ré   Mi   Fá   Sol   Lá   Si   Dó  (Ré)
  tom  ¹²t  tom   tom  tom  ¹²t  tom

III_Frígio

1    b2   b3    4    5    b6   b7
Mi   Fá   Sol   Lá   Si   Dó   Ré   (Mi)
  ¹²t  tom   tom  tom  ¹²t  tom  tom

IV_Lídio

1    2     3    #4   5    6    7M
Fá   Sol   Lá   Si   Dó   Ré   Mi   (Fá)
  tom   tom  tom  ¹²t  tom  tom  ¹²t

V_Mixolídio, Dominante

1     2    3    4    5    6    b7
Sol   Lá   Si   Dó   Ré   Mi   Fá   (Sol)
   tom  tom  ¹²t  tom  tom  ¹²t  tom

VI_Eólio, Menor Natural

1    2    b3   4    5    b6   b7
Lá   Si   Dó   Ré   Mi   Fá   Sol   (Lá)
  tom  ¹²t  tom  tom  ¹²t  tom   tom

VII_Lócrio


1    b2   b3   4    b5   b6    b7
Si   Dó   Ré   Mi   Fá   Sol   Lá   (Si)
  ¹²t  tom  tom  ¹²t  tom   tom  tom

_Outras escalas

Pentatônica - 1 2 3 5 6
Blues - 1 2 #2 3 4 #4 5 7*
Menor Harmônica - 1 2 b3 4 5 b6 7M
Menor Melódica - 1 2 b3 4 5 6 7M
Tons inteiros - 1 2 3 #4 #5 b7
Tensões disponíveis para o V7 (Mixolídio) - b2, #2, #5, b6


Toda escala pode ser executada em qualquer tonalidade.

*Uma escala não pode ter, teoricamente, o mesmo grau, mesmo que alterado, a justificativa do #2 é servir de cromatismo para o 2 ou 3, e o #4 para o 4 ou o 5.

~~[Cb3]~~ CAMPO HARMÔNICO MODOS MENORES

Obtém-se os acordes a partir das escalas Menor Natural, Harmônica e Melódica, em terças sobrepostas.

_Menor Natural, em Cm

Dó Ré bMi Fá Sol bLá bSi
1  2  b3  4  5   b6  b7

Im      - Cm7     = Dó  bMi Sol bSi
IIm(b5) - Dm7(b5) = Ré  Fá  bLá Dó
bIII    - Eb7M    = bMi Sol bSi Ré
IVm     - Fm7     = Fá  bLá Dó  bMi
Vm      - Gm7     = Sol bSi Ré  Fá
bVI     - Ab7M    = bLá Dó  bMi Sol
bVII7   - B7      = bSi Ré  Fá  bLá

 
O Vm não serve de Dominante por não possuir trítono, este acorde pode ser interpretado como inversões do Im com baixo na quinta, e do bIII com baixo na terça. O VII7 carece de servir de Dominante ao Im pela relação em quinta com o bIII, relativo maior do Im.

Para se priorizar a harmonia em torno do Im cria-se a Escala Menor Harmônica, alterando o bSi em Si natural, a 7M, a sensível.

_Menor Harmônica

Dó Ré bMi Fá Sol bLá Si
1   2 b3  4  5   b6  7M

Im       - Cm7M     = Dó bMi Sol Si
IIm(b5)  - Dm7(b5)  = Ré Fá bLá Dó
bIII(#5) - Eb7M(#5) = bMi Sol Si Ré
IVm      - Fm7      = Fá bLá Dó bMi
V7       - G7       = Sol Si Ré Fá
bVI      - Ab7M     = bLá Dó bMi Sol
VII°     - B7       = Si Ré Fá bLá

Para evitar o intervalo de segunda aumentada entre o b6 e a 7M da escala Menor Harmônica, cria-se a Escala Menor Melódica, alterando o bLá em Lá natural, o b6 para o 6.

_Menor Melódica

Dó Ré bMi Fá Sol Lá Si
1  2  b3  4  5   6  7M

Im6      - Cm6      = Dó bMi Sol (Lá) ~ caracterização do modo
IIm      - Dm7      = Ré Fá Lá Dó ~ irrelevante
bIII(#5) - Eb7M(#5) = bMi Sol Si Ré
IV7      - F7       = Fá Lá Dó bMi ~ não serve de Dominante para o Im
V7       - G7       = Sol Si Ré Fá
VIm(b5)  - Ab7M     = Lá Dó bMi Sol ~ inversão do Im6
VII7M(b5)- B7M(b5)  = Si Ré Fá Lá ~ sem uso

O acorde VII7M(b5) não tem uso formal, em seu lugar usa-se o bVII7M, valorizando a 6, sexta maior, principal característica da escala Melódica.

Acrescenta-se b6 no IVm7, chega-se na chamada Sexta Napolitana, sendo que a 6 é a tensão que caracteriza a Subdominante. Se o acorde for Fm(b6), como IVm de C, a nova nota a aparecer é bRé.

_Fm(b6) - Fá bLá Dó bRé = 1 b3 5 b6

Se fizermos este mesmo acorde com a nova nota na Fundamental, b6 no baixo, conseguimos um Db7M.

_Db7M - Db Fá bLá Dó = 1 3 5 7M } bII7M

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|      Acordes disponíveis dos Modos Menores      |
|                                                 |
| Im7   bII7M    bIII7M     IVm7  V7 bVI7M bVII7  |
| Im7M  IIm7(b5) bIII7M(#5) IV7            VII°   |
| Im6                       IVm(b6)        bVII7M |
---------------------------------------------------

_Tônica - Ausência da sexta nota da escala
Im7 bIII7M
I7M bIII7M(#5)
Im6

_Subdominante - Presença da sexta
bII7M    IVm7 bVI7M  bVII7
IIm7(b5) IV7         bVII7M
         IVb6

_Dominante - Presença da quarta e da sétima
V7 VII°

~~[Dim]~~ DIMINUTO

_Dominante

O que importa à Dominante é o valor do trítono, que se localizam na 3 e na 7 do acorde, em um intervalo de três tons, outras notas do acorde podem se acrescentar e alterar para fins estéticos.

    Tensões disponíveis
Acorde Maior | Acorde Menor
9, 13, #11   | b9, #9, b13, #11

Com a adição de tensões é possível acordes com dois trítonos, característica do acorde Diminuto, se tomando o baixo por fundamental, há o trítono entre o 1 e o b5, e entre o b3 e o bb7.

_Diminuto

C° - Dó   bMi   bSol   bbSi = Cm7dim(b5)
       t¹²   t¹²    t¹²

Dois trítonos, portanto Dominante.

O Diminuto pode ser interpretado como um V7(b9) invertido sem Tônica, mas na História da Música o V7(b9) parece aparecer depois de o Diminuto ser largamente usado.

G7(b9) - Sol Si Ré Fá bLá
B°     -     Si Ré Fá bLá

Ele aparece originalmente sobre o VII° da escala Menor Harmônica, e possui as principais notas da escala, o b6 e o 7, o que dá ao Diminuto conotação de tons menores.

O uso do Diminuto em um tom maior força a aparição do b6.

Em C, se ao invés de

| F | G7 | C7M |
   se fizer
| F | B° | C7M |

a novidade será a nota bLá, b6, da escala Menor Harmônica, logo um exemplo da manifestação do Empréstimo Modal.

Todas as notas estão equidistantes em terças menores. Em qualquer inversão obtém-se o mesmo acorde, por isso existem basicamente três diminutos e todos os outros são inversão destes. Se existem, em tese, poucos Diminutos, logo um mesmo Diminuto pode resolver em muitas tonalidades diferentes.

Se B° for

_G7(b9)/B   -> C (maior ou menor)
_E7(b9)/B   -> A
_C#7(b9)/B  -> F#
_Bb7(b9)/Cb -> Eb

No entanto B° sempre será um desses, nunca todos ao mesmo tempo.


O acorde diminuto pode aparecer ainda sobre o I grau, como uma apojatura de todos os graus do acorde exceto o baixo.

Em C

| C7M | Dm7 | Gsus G7 | Cº C7M |

Neste caso o trítono não resolve à maneira tradicional.

_Acorde Xm6 como um V7 com o baixo no b9

~~[CeP]~~ CADÊNCIAS E PROGRESSÕES

Todo acorde do Campo Harmônico pode ser preparado por uma Dominante, que pode ser encaminhado por uma Subdominante. Chamam Dominante Secundária o Dominante que prepara o V7 da tonalidade principal, este e todos os os outros Dominantes podem ser preparados por Dominantes Estentidas, as Subdominantes que encaminham estes Dominantes e as tensões disponíveis respeitam o modo do possível acorde cromático de chegada.

Em C, exemplo sem Dominantes Secundária e Estendidas

||: C7M | Am7 | Dm7 | G7 :||

Com Secundária e Estendidas

||: C7M E7(b9) | Am7 A7(b13) | D7 | G7 :||

Repare que ao preparar para Am7 se usou a tensão b9, nota original dos modos menores, para se preparar para o D7 se usou o A7(b13) como se fosse se preparar para Dm7, acorde que ocupa diatonicamente o Campo Harmônico de C.

Outra possibilidade nesta progressão é do Acorde Interpolado.

||: C7M E7(b9) | Am7 A7(b13) | D7 Dm7 | G7 :||

Ao invés de se resolver imediatamente o D7 em seu objetivo primeiro, G7, fez-se um Dm7, servindo de Subdominante ao G7 que vem em seguir. Este Acorde Interpolado também poderia cair em tempo forte.

||: C7M E7(b9) | Am7 A7(b13) | D7 | Dm7 G7 :||

No último compasso havia um Dominante em tempo forte, com este Acorde Interpolado, o que fica em tempo forte é um Subdominante. Se anteciparmos o baixo no G ainda durante o acorde de Dm7 temos um acorde composto pelas notas

Sol (Ré) Fá Lá Dó

Este acorde Dm7/G, ou ainda F6/G, tem efeito de Dominante com a uma apojatura da quarta para a terça do acorde, um efeito de atrasar o acorde perfeito maior. É interpretar tal acorde como

Sol (Ré) Fá Lá Dó   ~ apojatura de Si
1    5   7  9  4/11 ~              3

Podemos cifrá-lo Gsus, o exemplo ficaria

||: C7M E7(b9) | Am7 A7(b13) | D7 | Gsus G7 :||
             é idêntico a
||: C7M E7(b9) | Am7 A7(b13) | D7 | Dm7/G G7 :||
                  ou
||: C7M E7(b9) | Am7 A7(b13) | D7 | F6/G G7 :||

Nestes dois últimos temos um problema gramatical, pois as únicas inversões de baixo deveriam ser de Terça, Quinta ou Sétima, ou ainda de Nona Bemol para Dominantes, se admitirmos Dm7/G seria preciso dizer que alguns acordes podem ter a Quarta no baixo, para não considerar exceções, mas dentro da lógica da apojatura, mais apropriada e coerente com a tradição e jargões da Música, e também há outros movimentos de vozes que são capazes de ter efeito de V7sus.

Em tese, Diminutos não podem ser preparados, mas se analisarmos suas interpretações de inversões podemos encontrar meios de preparação, mas não com o tradicional II - V7.

~~[EMd]~~ EMPRÉSTIMO MODAL

"A não ser que você possa produzir, ao falar, exatamente o mesmo efeito que Mozart produz quando ele dá uma parada em Dó Maior e começa de novo em Lá bemol, você não poderá interpretar Shakespeare." (Campbell apud Freitas, p 129)

Pode-se usar qualquer acorde dos Modos Menores em tonalidade Maior, o inverso não parece surgir efeito, respeitando as funções harmônicas.

------------------------------------
| Acordes disponívels em Tom Maior |
|                                  |
|           Tônica                 |
|                                  |
| _I7M      _IIIm7       _VIm7     |
|  Im7       bIII7M                |
|  Im7M      bIII7M(#5)            |
|  Im6                             |
|                                  |
|         Subdominante             |
|                                  |
| _IIm7     _IV7M  _bVI7M  _bVII7  |
|  bII7M     IVm7           VII°   |
|  IIm7(b5)  IV7            bVII7M |

|            IVm6                  |
|                                  |
|       Dominante e tensões        |
|                                  |
|          _V7(9 13 #11)           |
|        V7(b9 #9 b13 #11)         |
|             SubV7*               |
|             V7sus                |
|            Xm7(b5)**             |
|               X°                 |
------------------------------------

*As tensões para o SubV7 e para o V7sus estão disponíveis como para o V7, afinal são os mesmos acordes. Os Diminutos por definição não aceitam tensões, porque já as possuem.

**Acordes Meio Diminuto e Diminuto como inversões do V7(9) e do V7(b9) respectivamente, sem a Fundamental.

É na subdominante que existe o maior vocabulário de acordes e graus da tonalidade, é o que distingue esta função e o caracteriza como principal recurso de variedade do Sistema, qualifica seu papel ornamental, eficiência de atuação numa desigualdade distintiva e sua capacidade de introduzir novas refiões através de seu tipo específico e especial de dilatação do diatonismo. (Freitas. p132)

A Dominante dispõe da maior quantidade de tensões, é o que a distingue, é sugerido desde manutenção da 3 e da 7 para obtensão do trítono, no duplo trítono do Diminuto.


~~[TVz]~~ Tons Vizinhos

Quanto menos diferença de acidentes houver entre duas tonalidades mais elas se avizinham.

A tonalidade mais próxima, vizinhos diretos¹, é da relativa, pois serve de Tônica e não há diferença na armadura de clave, apenas a questão da sensível nas escalas menores.

_Dó maior

1    2    3    4    5     6    7M
Dó   Ré   Mi   Fá   Sol   Lá   Si  (Dó)
  tom  tom  ¹²t  tom   tom  tom  ¹²t

_Lá menor natural

1    2    b3   4    5    b6   b7
Lá   Si   Dó   Ré   Mi   Fá   Sol   (Lá)
  tom  ¹²t  tom  tom  ¹²t  tom   tom

As tonalidades com apenas um acidente de diferença são vizinhas indiretas¹, ao intervalo de quinta e quarta da referente.

_Dó maior

1    2    3    4    5     6    7M
Dó   Ré   Mi   Fá   Sol   Lá   Si  (Dó)
  tom  tom  ¹²t  tom   tom  tom  ¹²t

A quinta de Dó é Sol, esta escala sem acidentes é a Mixolídio, possui o trítono entre o 3 e o b7, e exerce a função de Dominante.

_Sol mixolídio

1     2    3    4    5    6    b7
Sol   Lá   Si   Dó   Ré   Mi   Fá   (Sol)
   tom  tom  ¹²t  tom  tom  ¹²t  tom

Para fazer uma escala que sirva de tônica a partir de Sol, precisamos adaptá-la para a equiparar com as escalas maior ou menor natural, a que houver menor diferença de acidentes. 

Em Dó maior os semi tom estão entre o 3~4 e 7M~1(8), e em Sol mixolídio entre 3~4 e 6~b7, para adaptá-la basta que se aumente o b7 em meio tom.


_Sol maior

1     2    3    4    5    6    7M
Sol   Lá   Si   Dó   Ré   Mi   #Fá  (Sol)
   tom  tom  ¹²t  tom  tom  tom   ¹²t

Logo a relativa de Sol maior, Mi menor natural, também se distancia com C em apenas um sustenido. Note que Mi é o III de C, a mediante, o outro grau que serve de Tônica.

A escala que começa a partir do 4 da escala natural se avizinha com apenas um bemol.

_Dó maior


1    2    3    4    5     6    7M
Dó   Ré   Mi   Fá   Sol   Lá   Si  (Dó)
  tom  tom  ¹²t  tom   tom  tom  ¹²t

_Fá lídio

1    2     3    #4   5    6    7M
Fá   Sol   Lá   Si   Dó   Ré   Mi   (Fá)
  tom   tom  tom  ¹²t  tom  tom  ¹²t

Os semi tons do lídio estão entre o #4~5 e 7M~1(8), e o IV serve de subdominante, para adaptá-lo e o tornar Tônica, basta baixar em meio tom o #4.

_Fá maior

1    2     3    4   5    6    7M

Fá   Sol   Lá   bSi   Dó   Ré   Mi  (Fá)
  tom   tom  ¹²t   tom  tom  tom  ¹²t


Sua relativa Dm se avizinha da mesma maneira.

Tonalidades homônimas se avizinham por 3 acidentes devida atração de ter a mesma fundamental.

_Dó maior
Dó Ré Mi Fá Sol La Si
1  2  3  4  5   6  7M

_Dó menor natural

Dó Ré bMi Fá Sol bLá bSi
1  2  b3  4  5   b6  b7

Logo, as tonalidades homônimas das já citadas se avizinham de maneira semelhante.

Fá maior (b) / menor(bbbb) ~ Ré menor(b) /maior(##)
Dó maior     / menor(bbb)  ~ Lá menor    /maior(###)
Sol maior(#) / menor(bb)   ~ Mi menor(#) /maior(####)

Estas já são todas as notas da escala diatônica com exceção do 7M, Si.

~~[NdR]~~ Notas de roda pé

¹ Bohumil Med. p. 158 (pdf 80)

~~[ReF]~~ Referências e fichamento

_Freitas, Sérgio. HARMONIA DAS ESFERAS

Nesta somatória, a decantada “razão de simplicidade” das proporções pitagóricas (cf. REYS, 2002, p. 150169) foi (continua sendo) dada como o critério (de ordem, unidade, uniformidade, perenidade, etc.) para avaliação do grau de consonância ou dissonância (cf. MARROQUÍN, 2009). Numa escala que progride para o complexo, por seu equilíbrio geométrico e clareza numérica, são considerados organismos organizadores as consonâncias especialmente perfeitas da 8ª, da 5ª e da 4ª: “Tais intervalos mostram-se naturais ao ouvido humano, pois estabelecem acusticamente configurações de onda compostas por relações de pulsação simples” (ABDOUNUR, 1999, p. 6). Por conta desta que considera “uma das grandes coincidências da história da música”, Rowell arrisca observar que “se essas relações numéricas simples não tivessem sido aplicadas à música, todo o curso de nossa música poderia ter sido drasticamente distinto” (ROWELL, 2005, p. 50). Pois foi em função deste “princípio de divisão mais simples” (SCHENKER, 1990, p. 73) que os demais intervalos, com suas mais complexas e desequilibradas proporções, puderam ser então considerados falsos, imperfeitos, impuros ou dissonantes.
~~p7

________. TEORIA DA HARMONIA NA MÚSICA POPULAR.

(...) tríades são a potencialidade harmônica principal do sistema tonal.
~~p41

A não ser que você possa produzir, ao falar, exatamente o mesmo efeito que Mozart produz quando ele dá uma parada em Dó Maior e começa de novo em Lá bemol, você não poderá interpretar Shakespeare. (Campbell apud)
~~p129


MED, Bohumil. TEORIA DA MÚSICA.

~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~/~~

Condução de vozes e contra ponto na harmonia

Aproveitar movimentos diretos, oblíquos e contrários para acrescentar tensões nos acordes; usar notas diatônicas à tonalidade, de empréstimo modal, ou de inserções de escalas tendo em vista as funções dos respectivos acordes.

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