02 julho, 2013

Cultura

I

A vacina é a doença mais fraca
A aspirina, uma droga barata
A fumaça do tabaco não chapa
Nossas crianças mamam tetas de vaca

Ainda tem índio que não é brasileiro
E brasileiro que ainda é estrangeiro
Gaúcho do Rio de Janeiro
Nordestinos desse mundo inteiro

Papai mamãe acreditam na escola
Além da esmola, se aprende a jogar bola
E matemágica, coelho da cartola
Pra caixola, por/que cai na prova(?)

A televisão fala daquilo que sabe
O filósofo diz que nada sabe
A ciência diz que tudo é verdade
A poesia tigre dente de sabre

Quem comprou carro quer chegar bem mais rápido
Quem vai de bike, não se dá ao trabalho
Dentro do ônibus quarenta palhaços
Fazem fila, deixam às mãos os trocados

O médico tem poder de cura
Tira doença, faz sumir a loucura
O stress da tarde, quem é que atura?
A corcunda do camelo é cultura

II

Fungo na merda é cultura.
A língua francesa é cultura.
Clitorectamia é cultura.

Circuncisão circo pão rir ou não chamar de Rio Jordão Rio Japão comer parente comprar presente à juros futuro em Janeiro passado muro desejo espelho medo de tudo do incesto irmão ladrão do capitão cada qual com seu quinhão ou de quem vier primeiro.

III

O mesmo bicho
por todos os lados
nenhum repetido
senão são trocados
por poucos trocados.

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