Te gosto assim
Coberta em graxa
Imprópria, profanada
Usada, vivida
Te quero assim
Cheirando a mar
Que não cheira mar
Odor de dar calafrios
Um fedor de amor eterno
De infância, irrecuperável
Te quero cabeluda
Crespa, volumosa
Me afogar nas ondas,
Debaixo dos caracóis
De teus pentelhos
Beijar onde a vida
Ainda não se fez
Te quero nova, intocada
Virgem, muda
De véu e shorts
De burca, na Lua
Chula, refletida
Na lagoa, duplicada
Velha, maltratada
E amada, ilhada.
Compositor, arranjador e intérprete; editor, produtor e técnico de som; responsável pela Cereja Azul; estudante de Arquivologia na UFSC e estagiário na Fundação Franklin Cascaes. Interessado em estética, ética, psicanálise e poesia.
30 outubro, 2015
10 outubro, 2015
Fica
Teu lado da cama
Acordei sozinho
Feliz pois que a chuva
Negra regou minhas
Flores ideias, mas triste
Podias ter ficado
Mantemos uma distância respeitosa
Entre Israel e Japão
Entre 87 e 96
Entre morrer aos 27
E amar virgem primavera
Entre cozinha e banheiro
Entre o som e o fetiche
Entre trabalho, ócio e emprego
O períneo
Entre a dor e o carinho
Podias ter ficado
Eu podia estar ocupado
Mas nosso caso é antigo
Tem meses, anos a fundo
Fiquei quieto
Gosto de ouvir
Os detalhes
E usar cada palavra
Metáfora, amor
Jogar a comida na tua cara
Te lamber sem dizer
Acordei sozinho
Feliz pois que a chuva
Negra regou minhas
Flores ideias, mas triste
Podias ter ficado
Mantemos uma distância respeitosa
Entre Israel e Japão
Entre 87 e 96
Entre morrer aos 27
E amar virgem primavera
Entre cozinha e banheiro
Entre o som e o fetiche
Entre trabalho, ócio e emprego
O períneo
Entre a dor e o carinho
Podias ter ficado
Eu podia estar ocupado
Mas nosso caso é antigo
Tem meses, anos a fundo
Fiquei quieto
Gosto de ouvir
Os detalhes
E usar cada palavra
Metáfora, amor
Jogar a comida na tua cara
Te lamber sem dizer
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