04 março, 2017

O Estado hostil contra a Música forte

 


O vídeo chega a assustar pela truculência diante de um conflito tão banal quanto volume de música em um Sábado à tarde, faltam mandado e medidor de decibéis, sobram armas e confiscos.


Não adianta argumentar com o funcionário, militar responde à corporação e outras autoridades. No começo do vídeo o policial faz uma pergunta mui pertinente, és advogada? Se fosse, pela Lei, o funcionário público teria de mudar o tom, chamar de doutor e outras bobagens. Militar não responde às mesmas leis civis.


Não estivessem uniformizados, ninguém teria dúvida de que se trata de assalto, e esta deve ser uma questão central da discussão, o Estado ampara e legitima este tipo de arbitrariedade, vide reintegrações de posse, apreensões de fantasias políticas e toques de recolher durante o Carnaval. É inútil discutir essas questões com um policial no exercício de seu ofício, militares são treinados para suportar ofensas e pressões psicológicas muito piores que nossa civilizada consciência poderia articular.


Precisamos resolver os traumas decorrentes da ditadura, resgatar a Comissão Nacional da Verdade, problematizar a militarização da polícia nos municípios, nos desalienar de motivos e interesses da ação do Estado, ou ao menos reconhecer seus efeitos, por exemplo, em periferias, comunidades de maioria negra. O problema é estrutural.


Publicação original do vídeo

AVALANCHE Mídia