24 maio, 2015

Quero ser ruído de mar
Tão suave que quase imperceptível
Tão forte e profundo
Que eternamente presente

Quero ser silêncio que procuras
Em meio ao trânsito
À tormenta, o silêncio que falta
Quando o ciúme agita

Quero ser o impossível
Mergulho profundo e refrescante
O gozo da queda
E a aventura de dormir

Quero ser o que regula tua temperatura
E te apavorar
Com a iminência de um tsunami
De te amar

Teu transtorno no verão
Teu próprio verão
Aquele que abandonas
Quando quente o mar e fria a lua

Quero ser ruído de mar
Que aos domingos chora contínuo
Não sabes se pra ti
Mas cuja lágrima azul clara rosa tem teu nome

O ruído mais suave
Mais rouco, pouco
O que prova tua ineficiência
Não sabes amar

Mais distante que o céu
Quero ser o que está dentro de ti
Na lembrança, num vai e vem
Quando te faltar pai ou estar nua

Quero ser o moreno, o frouxo
Que de tão azul, não soube ser mar
O ruído em frente ao teu quarto cantando
O dia podia ser mulher, ser melhor