Kevin McCallister dirige de um local ensolarado e caloroso de volta para a casa de sua mãe, Kate, em Chicago, está escutando Snowed In dos Hanson pelo streaming do carro. À frente de Kevin um posto, ele para pra abastecer, aproveita a loja de conveniências para comprar algumas últimas coisas para levar para a casa da sua mãe. Pega vinhos, pães, bolachas, paga, e vai pro carro guardar essas compras. Ao abrir o porta malas, percebe que esqueceu do presente da mãe em sua casa, ele já não tinha tempo nem disposição para voltar para sua cidade recuperar o presente. Volta para a conveniência, procura depressa no balcão mesmo alguma lembrancinha, pega um chaveiro que o faz lembrar da casa de sua mãe, aproveita também para pegar mais um chocolate e uma água para seguir viagem.
A casa de infância de Kevin está toda enfeitada, Kate termina de ajustar alguns enfeites que os gatos tiraram do lugar, ou que ela havia esquecido de arrumar antes, mas o clima natalino já estava ali. Bastante zelosa, no quintal da casa Kate dá mais uma geral na neve e no gelo na calçada, encontra um vizinho, eles se cumprimentam, desejam feliz Natal, e conversam amenidades, como sobre o clima. Ao mencionar a neve, com que Kate estava justamente lidando, o vizinho pergunta se ela havia ouvido falar de Marley, que caiu sozinho limpando o quintal, e como há muito tempo não recebe visita dos filhos nem nada, ele mesmo, este vizinho, precisou levar o velho Marley ao hospital. Outra senhora do bairro, dona Yves, ela tem mais sorte, porque os netos estão sempre por perto cuidando dela e da casa, depois de dizer isso, o vizinho reclama ainda de seus próprios filhos que não viriam pro Natal esse ano dizendo que estão muito ocupados trabalhando. Kate nem responde muito, mas sabemos que ela estava feliz que seu próprio filho já estava a caminho.
Perto do fim da tarde, Kevin chega. Sua mãe já está dentro de casa, aconchegada, agasalhada, ouvindo o álbum de Natal dos Beach Boys. Antes de chegar de fato na porta da casa de sua mãe, Kevin vê alguns vizinhos, que o reconhecem, eles se cumprimentam, depois de pegar as sacolas, após fechar o porta malas, aquele vizinho que falava com Kate sobre Marley o cumprimenta com uma simpatia exagerada para a sensibilidade de Kevin, boa noite, caro vizinho, como anda a família, teria respondido Kevin, mas não queria puxar muito papo, então só o desejou feliz Natal, clica no alarme do carro, e se dirige pra porta da casa de sua mãe. Repara no quintal sempre caprichado da mãe, a calçada sem neve alguma, os enfeites de Natal piscando e enfeitando o jardim e a fachada da casa, estranha que uma das luzes pisca pisca estava desligada, chutou para o lado um pouquinho de neve que havia ficado no último passo antes da porta, e, apesar de reparar que a chave estava do lado de fora, tocou a campainha. A música que Kate estava ouvindo termina junto do toque da campainha, ela se anima e recebe o filho. Se abraçam, se beijam, como estás magro, filho, deixe de bobagens, mãe, não repare a bagunça, a casa está linda, nem precisava arrumar tanto só para me receber, mas a verdade é que Kevin estava adorando tudo aquilo. Pelo que pergunta Kate, seu filho estava com um bom emprego, gostava de onde morava, gostava de viver sozinho e de permanecer solteiro, ele tem uma amiga especial, só não querem morar juntos, sua mãe não precisava se preocupar. O filho também inquire sua mãe sobre esse sentimentos cotidianos, ela se sentia bem com os amigos vizinhos, algumas amigas antigas ainda a visitavam, ela mesma pensava em viajar para visitar algumas dessas amigas, podia se sentir um pouco solitária de vez em quando agora que seu marido faleceu, mas nada que um bom vinho não forneça forças pra que ela seja aquela mulher enérgica e independente. Riram. Que clima agradável, a calefação e a boa conversa deixavam o frio e a neve de fora como apenas um fundo de tela.
Diminuía um pouco o ritmo da conversa com o aumento da fome enquanto esperavam dar a hora de retirar o peru do forno. Kate estranhamente agradeceu a presença do filho, que recusou o agradecimento dizendo que era sua obrigação como filho, mas sua mãe insistiu, porque o pobre do vizinho, já idoso como ela, teria que passar sozinho porque o filho não poderia vir lhe visitar este ano. Kevin ouvia com atenção, pacificando a mão na borda das taças sem responder muito mais do que, é mesmo, que coisa séria. Ela mencionou então o velho Marley, coitado, caiu limpando a calçada e este vizinho de que falava agora há pouco é que precisou o levar ao hospital. Qual seria a opinião de Kate sobre Kevin voltar a morar com ela, aqui, em Chicago? Que ideia tola a de Kevin, ela é uma mulher forte, independente, não precisa do filho nem de ninguém cuidando dela o dia inteiro. Para Kevin, seria melhor do que ele alugar ou comprar uma casa por ali, ninguém está ficando mais jovem, e aquela casa é tão grande, mas para Kate não havia necessidade, e ela já estava ficando um pouco nervosa pela insistência do filho. Talvez a música estivesse mais animada que o clima da conversa e por isso atordoando um pouco a família que inventou de conversar coisa séria antes da ceia de Natal, mas quando Kevin menciona a mãe de uma colega de trabalho que agora estava vivendo em uma instituição de cuidados para idosos, Kate se enfurece, apoia bruscamente a mão sobre a mesa, quase derruba uma das taças, então manda o filho parar de falar aquelas coisas, mas o filho, já teimoso, insiste até ela se alterar e ser mais assertiva ao mandar ele calar a boca e sair de casa já, ela não queria ouvir aquelas coisas justamente numa noite de Natal. Um pouco irritado, mas para não desandar a falar o que não deve, ou de jeito que não se deve falar com mãe nenhuma, Kevin se levanta, junta o casaco, confere o isqueiro e sai de casa.
Saiu meio sem rumo, enquanto acendia um baseado percebe que estava indo em direção ao bar, não precisava ir de carro, podia ser meio longe, mas Kevin queria caminhar. Kate, por sua vez, fica sentada, bebe o fundo da taça quase sem vinho, tenta se servir de mais, mas a garrafa também está basicamente vazia, cruza as pernas, se recosta na cadeira, e vê também que no seu cinzeiro não tinha nenhum pronto pra ela dar sequer um tapinha. O bar estava funcionando a mil, um James Brown cantando temas de Natal rolando forte no som ambiente, alguns moradores antigos o reconhecem logo de cara, abraçam daquele jeito de quem já está meio embriagado mas quer parecer muito embriagado, Kevin pede sua própria cerveja, se senta no balcão do bar, conversa com algum amigo de infância que hoje em dia estava trabalhando ali pelo bairro mesmo, nunca havia se mudado da casa dos pais, apesar de seus pais já terem falecido há alguns anos, Kevin lamentou, não sabia que os pais de seu velho amigo de infância haviam falecido. Alguma criança esbarra no joelho dele enquanto ele conversava com este amigo e nisso ele também ouviu uma voz de mulher pedindo mais duas cervejas, por favor. É Liz, bonita como sempre, arrumada para o Natal, Kevin lhe deu oi, você por aqui, disse Liz, se abraçam, ela com as duas longnecks nas mãos, sorriem um para o outro, ela entrega uma das garrafas para a criança e diz para entregar para o pai. Conversam um pouco de pé, Kevin a convida para sentar, ela explica que seu marido, aquele mesmo namorado de quando ela entrou na universidade, estava ali esperando por ela, mas ele insistiu, fazia anos que não se esbarravam por ali, pelo menos desde que Liz se mudou para fazer graduação e, eles dizem, por isso decidiram terminar o namoro de adolescência. Conversa boa, descontraída, esta ex reage aos comentários de Kevin como se ela sempre suspeitasse que ele seria um cara na sua, solteirão convicto, mas que pra ele era melhor assim, porque ele diz que tem alguém em quem confiar, só não precisava dividir as contas e a lavação de louça com esse alguém, Liz riu, porque aqueles eram traços que a atraiam em um homem, saber dividir contas e as louças, ela se sentiu satisfeita de ter escolhido o marido que escolheu, tinha seus problemas, claro, mas medo de assumir compromisso não era um deles. Kevin achou que ela estava ali apenas visitando a mãe pras festas de final de ano, mas Liz explica que não era o caso, há algum tempo ela havia se mudado de volta para o bairro e sua mãe estava morando consigo, a antiga casa da mãe estava sendo alugada, afinal sua mãe, já avó e idosa, com quase 90 anos, não devia ficar sozinha, não só pelos cuidados físicos, tipo não cair e dor nas costas, mas até para esta mãezinha não se sentir abandonada por aquela que ela criou. Que teimosa era Kate, Kevin já havia até mandado mensagem perguntando se estava tudo bem, mas nada de sua mãe responder. Liz avisa o marido e o filho que vai dar uma saída pra fumar com Kevin mas que já voltava, Kevin e aquele namoradinho, agora marido, que o provocava tanto ciúme nos seus vinte e poucos anos se cumprimentaram, sorriram simpática e respeitosamente. Que bobagem seria, a ambos, demonstrar qualquer traço de ciúmes agora.
Quase na metade de uma garrafa de vinho que abrira pra beber sozinha, deixando tocar qualquer coisa na TV, Kate se sente tristonha e chega a se queixar sozinha, em voz alta, o quanto o filho era um grosseiro por sequer mencionar instituições para idosos, sentada numa mesa servida para três. Um estrondo, dois homens conversam, é só uma senhora sozinha, o filho não deve ter vindo visitá-la, eles nunca vem, um diz ao outro. Assustada, esta senhora larga deitada uma garrafa de vinho na direção das vozes para fazer os invasores tropeçarem, a empurra com cuidado, o carpete abafa o ruído do vidro, a garrafa rola para perto da janela por onde eles estavam entrando, o primeiro pisa na garrafa, escorrega, tenta se apoiar em uma mesinha que estava ali por perto, mas isso faz cair ainda mais coisa em cima dele, o que provoca riso no seu parceiro, mas irritação em si, e tempo para Kate ir até outro cômodo. Dificilmente ela lembraria onde tinha deixado o celular, ela estava tão nervosa, e não era sempre que ela o largava pelo banheiro assim de qualquer jeito. Consegue, em outro cômodo, indo em direção à escada que sobe pros quartos, deixar um fio atravessado pelo chão, que fez, desta vez, o segundo invasor, desatento porque neste instante se achava melhor que o seu parceiro que já havia se atrapalhado, tropeçar e puxar uma televisão, que Kate também deixara bem na pontinha da prateleira, em sua cabeça. Agora o primeiro invasor também riu. Se indispõem levemente um com o outro e andam pela casa em busca de itens de valor e da própria dona da casa, um deles até falava em voz alta sobre eles não a quererem a machucar, que bastava ela dizer onde estavam as coisas de valor e eles iriam embora logo em seguida. Neste instante ela até se assusta um pouco mais, porque se lembra de que poderia tentar se comunicar com o filho pelo computador, mas não consegue sequer lembrar a a senha do computador, tamanho o nervosismo, quiçá se lembrar da senha do cofre, se os invasores a ameaçassem atrás daquela senha talvez ela se desse mal.
Agora Kevin tenta ligar pra mãe e comenta com a Liz estar preocupado, foi só uma briguinha de Natal, sua mãe não podia lhe ignorar a noite toda. Será que ele deveria ir até lá, a opinião de Liz é de que sim, e ela podia o levar de carro, seria mais rápido, só seria preciso avisar seu marido, pegar as chaves e partir. Assim fizeram. Pela frente da casa de infância de Kevin, parecia tudo certo, até bastante silencioso, os enfeite de Natal todos do mesmo jeito no quintal, as luzes acesas dentro de casa. Claro que um pouquinho de neve já havia se acumulado no caminho pra porta, mas nada que atrapalhasse para Kevin e Liz caminharem até ali e baterem uma, duas, três vezes, chamarem pela Kate, mas nada de a senhora que devia estar tranquila dentro de casa responder. O som da TV podia estar forte, mas não ao ponto de ela não ouvir os murros na porta e os chamados do filho. Liz já estava do lado de trás da casa quando Kevin se afasta um pouco da porta pra tentar olhar para o segundo andar, ela repara os vidros quebrados, uma espécie de cobertor que deve ter sido usado para atravessar o vidro quebrado, repara do lado de dentro a garrafa de vinho a mesa virada e chama Kevin espantada. Como as portas estavam fechadas, e as chaves já tinham sido colocadas para dentro, foi preciso que Kevin entrasse por esta mesma janela arrombada.
No segundo andar, Kate já havia espalhado mais duas caixas de pisca pisca antigos que ela não instalou neste ano, talvez tivesse esquecido deles, mas tudo bem porque eram muito velhos e agora poderão ser usados de armadilha. Foi realmente irritante aos invasores quando viram aquela montoeira de fio pelo chão, seria chato e difícil andar sobre aquilo sem emaranhar os pés, até poderia ser simples, bastava que se apoiassem no corrimão do mezanino, mal eles sabendo que Kate passou algum creme que deixa o corrimão completamente escorregadio. Um deles chega mesmo a perder o apoio e desliza com força pelo corrimão, eles nem riam mais um do outro. No escritório ainda pisaram em mais bolinhas de Natal de vidro, como estão calçados fez só barulho, mas os desconcerta ainda mais. Quando chegam no escritório, Kate já está em outro, no quarto de Kevin, apesar de que sua intenção era ir para seu próprio quarto. Ali ela se perde em pensamentos, olhando o moletom natalino que deixara pronto sobre a cama para Kevin, nem se dá conta de que poderia ter trancado o quarto, podia lembrar bem de quando o filho insistiu pela chave para se trancar no quarto na adolescência, sempre uma conversa necessariamente chata entre mãe e filho. O quarto estava impecavelmente arrumado, com alguns consoles antigos de videogame devidamente cobertos na prateleira junto da TV, fotografias de Kevin se graduando, e talvez fosse um violão ou uma guitarra guardada no canto do quarto. Parecia que nas suas fantasias, sentindo-se melancólica pela briga com o filho, ouvia a voz dele a chamando, ou talvez ele realmente a chamou. Larga o moletom de volta sobre a cama, mal percebe que estava com ele nas mãos, dobrando mais uma vez, se vira, e nisso os invasores abrem a porta, era capaz de estarem armados, ela ficou com muito medo, eles mandam ela se ajoelhar com as mãos na cabeça e ela obedece.
O pavor de Kevin ao ver a sala toda bagunçada, com a TV no chão, as luzes de natal apagadas no chão do mezanino é difícil de descrever, mas fácil de entender pra todo mundo que gosta da própria mãe. Como conhecia muito bem a casa, consegue subir as escadas correndo, pulando os degraus de dois em dois, mal chegou a tocar no corrimão e já percebe que estava todo melecado, se lembra então da vez, há quase 40 anos, quando ele estava sozinho naquela mesma casa e ladrões também invadiram, acha um pouco de graça que sua mãe parecia estar preparando armadilhas do mesmo jeito que ele fez pra se proteger. Kevin logo vê os invasores de costas na porta, grita para eles deixarem sua mãe em paz, os intrusos se viram pra ele, assustados, Kevin não vê se eles estão armados, mas não podia arriscar. Natal costuma significar família, distribuição de presentes, acolhimento, por todo o mundo há iniciativas caridosas, de sensibilização sobre a pobreza, mesmo aqueles que não são cristãos comemoram a data, falam de amor, é um dia para se confraternizar com quem mais se ama, parceiros de trabalho, parceiros de crime, significa confiança, respeito mútuo, são valores que procuramos enaltecer nessas noites de Natal, mas nada do que Kevin poderia falar comoveria os invasores, pelo contrário, dito tudo isto, o homem que estava por dentro, mais perto da mãe rendida, retruca rispidamente que o papo de amor entre família era papo furado, a família que ele conhece é formada por gente que se detesta, gente que seria capaz de abusar uns dos outros, como um tio chegou a fazer com ele.
Sons de sirene fazem a dupla de invasores se assustarem, Liz estava já há algum tempo pendurada segura do lado de fora da janela do quarto, como costumava fazer na adolescência pra ir pra casa deste namoradinho na época sem muita gente ficar sabendo, Kevin se aproxima mais dos intrusos de forma explosiva, o que os desnorteia, isso dá a chance para Liz retirar Kate pela janela no mesmíssimo momento em que os policiais chegam na porta do quarto, estes sim armados, que fazem os invasores se renderem imediatamente. Aquele bairro é tão pacato nem os intrusos previram que poderiam encontrar resistência desta velha senhora, mas agora a vizinhança estava bastante agitada, com muitos curiosos espiando pelas janelas das casas em volta e alguns transeuntes que interromperam seu trajeto quando viram as viaturas os sons fortes de vozes na casa da simpática senhora Kate. Os bandidos são conduzidos pelos policias até a viatura e depois disso os homens devem ter sido presos, e provavelmente não foram muito bem tratados, porque causar uma confusão desse tamanho em plena noite de Natal desperta antipatia em qualquer um, apesar de que isto não seria o mais correto.
Kevin, Kate e Liz precisaram depor na delegacia e cumprir todas essas burocracias para, tentar, que a justiça seja bem feita, enquanto isso o marido de Liz e seu filho se ofereceram para ajeitar um pouco a casa até eles voltarem, que já estava bastante em ordem quando as vítimas da invasão enfim, chegam a salvos na residência. Apesar do susto, o clima está consideravelmente bom entre os 5 reunidos, aquele vizinho que falava de Marley até aparece brevemente, mostra preocupação, e esse sentimento de comunidade faz muitas pessoas se sentirem felizes, mesmo diante de brigas, roubos, desgraças, etc. Gatos se escondem muito bem, porque só agora é que eles apareceram de volta e miando, alguns diriam que é pra se comunicar, mostrar preocupação, perguntar se a família está bem, mas sabemos que na verdade estão pedindo comida, ainda assim nos parece um sinal de confiança e carinho. Agachada, acariciando um dos gatos depois de ter posto a ração, catando do chão uma bolinha de Natal que, apesar de toda quebradeira e de toda arrumação posterior, não havia sido nem quebrada e nem arrumada de volta no lugar, Kate dirige a palavra carinhosamente a Kevin, pede que a ajude a se levantar, e de mãos dadas com o filho pede ainda pra lhe acompanhar até a sala de escritório de baixo, que estava sem uso desde o falecimento de seu marido, diz que ela o queria transformar em um quarto. Disse que passaria a dormir ali pra não precisar subir e descer escadas todos os dias, e então convidou Kevin para, sim, ir ali morar com ela, pelo menos até eles pensarem em vender aquela casa enorme, quem sabe comprar duas, uma pra cada, mas perto uma da outra, enfim, a mãe estava aceitando ajuda. Liz se despede de Kevin e Kate, estava satisfeita que as coisas tinham se resolvido bem, de mãos dada com seu próprio filho e com o braço de seu marido em volta da cintura, desejou mais um feliz Natal para aquela mãe e filho que ela pensava até poderem representar seu próprio futuro daqui uns poucos 40 ou 50 anos.
Enquanto saem da casa dos McCallister, ao som de mais um tema animado de Natal da década de 1990, o filho de Liz, feito a criança que de fato é, mexe, cutuca nos enfeites que encontra no caminho, e consegue fazer carinho no gato laranja mais uma vez antes de se apoiar numa mesinha logo na porta de entrada, ou, da perspectiva dele, de saída, que continha, ao lado daquele chaveiro que Kevin comprou na loja de conveniências, as correspondências. A criança jamais conseguiria ler, porque nem habilidade para isto tem ainda, mas mesmo que fosse um pouco mais velha e já soubesse ler, talvez fosse educada o suficiente, como foram seus pais, para não bisbilhotar e ler que em uma das cartas, já aberta, havia um exame com uma carta médica diagnosticando com Alzheimer nossa heroína, dona Kate McCallister.