14 agosto, 2017

Ouça toda a obra do Foo Fighters em uma única música


O último disco do Foo Fighters pra que dei atenção foi o One by one, mais porque já gostava do Nothing left to loose e quis conhecer mais da banda do cara que já havia tocado com um de meus compositores favoritos, Kurt Cobain, do que por ter curtido o primeiro single, All my life. Este disco até tem bons temas, mas não me desperta o interesse como os anteriores, parece que é aqui que Dave Grohl começou a se repetir e parou de se esforçar tanto pra compor, pode até ser coisa de gravadora. Quando lançaram Best of you rompi com a banda. Foi político. Tema monótono, repetitivo, texto raso de auto ajuda, cafona, clichê, parecia aula de como escrever música estilo Foo Fighters, com um quê de Coldplay. Só de pensar sobre, ela se cola feito chiclete ou cocô de cachorro pela calçada. Terrível. Não mais fui atrás, evitei, não ouvi mesmo.
Hoje meu amigo Arthur Brotto perguntou se eu havia ouvido a última música lançada por eles, que estava ouvindo, e esta era igual a todas as outras, que nem quis ouvi-la inteira. Enquanto eu abria o vídeo imaginava, vai ser forte e melódica como Times like these ou aquela forma dinâmica estrofe piano refrão forte que se faz desde os idos de 1980. Foo Fighters tem poucas formas musicais, por exemplo a que se mantém baixa sussurrada, como nas belas Walking after you, Aurora, Tired of you, e tantas outras. A que se mantém forte, Dave Grohl, que é ótimo cantor, faz dinâmicas expressivas, como na clássicas My hero e Everlong. O que varia é o arranjo, até a tonalidade das músicas se repetem, o cantor é bom e técnico, não costuma sair de sua tessitura, que é grande. Todas essas formas, todas as ideias, aparecem no primeiro da ainda banda catártica de um homem só, já em 1995.

Uma crítica mui adequada a esta crítica é de que eu não conheço, nada, do que produziram entre 2004 e 2015, são 10 anos.

Eis que retorno a hoje. Abri o vídeo de Run sem muita expectativa, e todas elas foram atendidas. A música começa suspirada e piano, o cantor varia sua dinâmica junto da banda, como o esperado. Quando o tema entra parece recuperar Weenie beenie do primeiro disco, surpreende, depois entra um refrão melódico que emenda no primeiro tema, a banda forte, o canto dinâmico, como nas clássicas, é um bom arranjo. Dave Grohl aqui parece se usar de todos os recursos que aprendeu durante sua carreira de compositor, o cantor mostra seus melismas, gritos, suspiros. É uma música completinha. Arthur disse que eles estavam para lançar um disco completo ma por enquanto só esta música. Mas acho que o pessoal, não entendeu, é isso mesmo.
Agora que ouvi a música pela segunda vez ela já me pareceu mais tediosa. O vídeo é bonito. Achei linda a insurreição dos idosos contra as imposições de uma psiquiatria asilar. Foo Fighter sempre foi bom em vídeos, Dave Grohl sempre trabalhou muito, e fez bem tudo o que fez, nos diverte como ator, é bom guitarrista, ótimo cantor, como compositor não decepciona seus fãs, mas pra isso se repete, talvez por gosto ou por ofício, não quero moralizar, mas fazendo meu juízo de gosto, prefiro não.

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